Encontrar os amigos,pegando carona da nossa conversa
Dizendo besteiras,que fazem sentido no seu dia a dia
Chamando o garçom com um sorriso entre os dentes
Depois chega a vez, o suco esquentando ,e o assunto não acaba
A pizza esfria,o cigarro acabou.
O ser que se ama está distante
Já são duas da madruga,restou o celular que deu fora de área
Eu sou a esquina,a contra mão
Desejo da fonte ,vida reciclada, sou o amanhã sem ilusões
Meus olhos distantes buscando você
Eu ao seu lado, amiga de sempre
Escutando sua voz,com suas histórias
Poesias malditas, que desfilam na noite tentando cantar
Cantar os sonhos dos incoerentes jogando no tempo
Imprevisto desfeito, perguntar sobre o tempo nem pensar..
Os quadrinhos pintados com frases feitas,me restam alguns
Um carro para com um homem risonho gritando esotérica !
Levanto correndo aceno com as mãos, ,retorno ao assunto
Nas mesas vizinhas vendedores de flores
Termina o show,e gritam em coro à mesma canção
As portas se fecham eu volto para casa
Desligo o telefone,me sento no chão,forrado em carpete
Observo o aquário , meu único bem , os peixes coloridos.
Ampliando minha mente que retorna ao real
Tem o amanhã para recomeçar
O dia clareia devo dormir,caminho ao quarto encontro uma cama
Que me foi emprestada, me deito e durmo
Acordo a noite e nada faço
Tomo café, interfono ao porteiro,peço um cigarro
Não vi o sol
Mas isso é banal ...
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Este texto,é tempo vivido no ano de 1999